![]() |
Medida de 13,19 metros é a menor desde 1902. Foto: Alex Pazuello/Secom |
A crise da estiagem no Amazonas continua a se agravar, com o Rio Negro, um dos principais rios da região, alcançando um novo nível mínimo histórico de 13,19 metros, de acordo com medições do Porto de Manaus.
Desde o final de abril deste ano, o nível do rio tem diminuído gradualmente, e a previsão é de que continue a baixar até o início de novembro, quando o período de estiagem chega ao fim.
Para contextualizar a situação, é importante mencionar que o recorde de alta já registrado foi de 30,02 metros em 16 de junho de 2021. Atualmente, algumas áreas do estado se assemelham a estradas de terra, com poças de água e embarcações encalhadas.
Os impactos da estiagem são sentidos em praticamente todo o Amazonas. De acordo com o último boletim do governo estadual, divulgado na última sexta-feira (20), 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência, um está em alerta e dois em normalidade. Além disso, 146 mil famílias foram afetadas, o que representa um total de 590 mil pessoas.
Esta semana, a Marinha, em colaboração com o Exército e autoridades locais, distribuiu mais de 6 mil cestas básicas e 1,1 mil caixas de água mineral em municípios da região do Alto Solimões. A distribuição começou em Tabatinga, município próximo à fronteira com a Colômbia e o Peru.
O Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, operado pela Marinha, é o principal meio de transporte para a distribuição de suprimentos essenciais na região e deverá percorrer 1.350 quilômetros, atendendo municípios como Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
"A estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. Essa operação é muito importante por trazer uma resposta imediata e ajudá-los a superar esse momento de dificuldade", afirmou o capitão de fragata Ricardo Sampaio Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga.
O Navio Soares Meirelles também desempenha um papel vital no atendimento primário de saúde e na distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas.
Além disso, o Ministério da Saúde anunciou uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas devido à estiagem. Na semana passada, foram enviados sete kits de calamidade ao estado, contendo 32 medicamentos e 16 insumos, com capacidade para atender até 10,5 mil pessoas por até um mês.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, na quinta-feira (19), abordando o tema da seca que afeta a Amazônia. A situação exige ações conjuntas e esforços contínuos para lidar com as consequências da estiagem no Amazonas.
Fonte: Agência Brasil

ACESSE NOSSAS REDES SOCIAIS